Verdadeiros criadores
"Porque, no fundo, toda atividade humana não
é senão uma participação na atividade
criadora de Deus, de sorte que, somente quando nos entregamos em
suas mãos, para que ele crie por meio de nós, chegamos
a ser verdadeiramente criadores, a fazer algo positivo; porque então,
nos integramos, nos unimos à sua atividade, que é
a única verdadeiramente criadora." (14.04.1958)
Nessas linhas percebe-se uma ordem, uma hierarquia: há um
primeiro e o que vem depois; há um centro e o que está
em torno dele; à Santíssima Trindade compete o primeiro
lugar, o centro. Somente Deus é verdadeiramente criador:
faz existir algo que antes não existia.
O mundo, que maravilhosa criação! Ele, por motivo
de amor, o criou e está sustentando-o e acompanhando sua
evolução. Nós apenas trabalhamos com os elementos
existentes. Podemos construir um carro, pintar um quadro... afinal,
apenas compomos, mais ou menos jeitosamente, aquilo que já
existe. Jamais conseguiremos criar do nada: uma pedra, um pássaro
ou uma gota de água que seja.
Aceitar ou não é o ponto crítico, desde que
existem criaturas livres. "Se houvesse um Deus, como poderia
eu suportar não ser eu!" Assim o expressou Nietzsche.
Em muitas situações, não estamos dispostos
a aceitar o que Deus insere em nossas vidas. Nós queremos
determinar as coisas, nós queremos decidir como bem entendemos.
Queremos ver a nossa assinatura, sob "nossas" idéias
e "nossas" obras.
Deus se fez dependente de nós, o que significa para Ele um
grande "risco", um risco correspondente ao grande objetivo.
Quer incumbir-nos de uma singular e significativa tarefa: nos permite
não somente brincar um pouco junto com Ele, mas quer que
realmente participemos em sua atividade criadora. Ele presenteia-nos
a vida e a criação e espera nossa colaboração
na família, na sociedade no mundo, etc.
Com isso, temos uma grande responsabilidade. À Santíssima
Trindade compete o primeiro lugar, o centro!
segue: Repousar a cabeça em seu regaço
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